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sábado, 31 de agosto de 2013

Introdução do Livro "NEVE NO DESERTO"

       A partir de hoje, estarei postando a introdução e o primeiro capítulo do meu livro "NEVE NO DESERTO" lançado em 2011 pela Editora Multifoco. Segue a baixo a introdução, e o primeiro capítulo será posta no decorrer da semana.

       “O Senhor certamente consolará a Sião, e consolará a todos os seus lugares assolados; Ele fará o seu deserto como o Éden, e os seus ermos como o jardim do Senhor. Gozo e alegria se acharão nela, ações de graça, e som de cânticos”.
(Isaías 51:3)


INTRODUÇÃO

       Logo após um infarto, aos 36 anos de idade, tendo outras pessoas em idades próximas falecido pelo mesmo motivo, veio uma grande crise. Apesar de vários médicos avaliarem a situação diante de exames altamente positivos, o medo se instalou. O medo, irmão da dúvida, primo da incredulidade. Todos estes parentes vieram junto com o mais velho deles: o sofisma.
       O dicionário diz que sofisma é: 1. Argumento que, partindo de premissas verdadeiras, ou julgadas como tal, chega a uma conclusão absurda, mas difícil de ser refutada. – 2. Raciocínio vicioso, cuja base repousa num hábil jogo de palavras; é um argumento sedutor, aparentemente correto, mas na realidade falso, destinado a induzir o interlocutor a erro. – 3. Engano, logro. Entendemos também pelo mesmo dicionário que sofismar é: 1. Enganar ou lograr através de sofismas – 2. Encobrir com razões falsas. – 3. Distorcer um assunto, dar aparência de verdade ao que é falso (Grande Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa -1990). Conhece alguém que age assim? Claro, o inimigo de nossas almas. Ele age assim desde começo. Persuadiu um terço dos anjos a segui-lo, e depois no Éden, como já sabemos, foi a vez de Eva. Ele mostrou para ela o que ele queria que ela visse. A parte atraente da coisa e apenas isso. “Você será como Deus...”. Que tentador para a vaidade humana que já despontava. Logo depois, já seduzida, Eva fez o resto.
       E Satanás não parou por aí. Vemos vários casos na Bíblia, mas talvez o mais absurdo fosse quando tentou sofismar o próprio Senhor Jesus, quando este jejuava no deserto. O inimigo tentou o Filho de Deus utilizando a própria Palavra de Deus, e Jesus o derrotou utilizando também a Palavra (Mt.4:1-11; Lc. 4:1-13). Então, é assim que ele age para nos envenenar: ora usando um fato positivo, mas que bem trabalhado traga a coisa para o seu lado; ora usando fatos ruins que acontecem conosco. E para isso ele usa inclusive pessoas próximas. Imagine um jovem que luta para se libertar das drogas, mas está sempre recorrendo ao vício. Pois para este jovem tem sempre outra pessoa, de preferência bem próxima, que diz assim: “você não tem mais jeito, é melhor esquecer...”. Esta mensagem é um sofisma que leva a pessoa a crer que realmente não há possibilidade de mudança. Igualmente, uma pessoa pode chegar e lhe dizer que a sua realidade financeira não é a que vive, que precisa mudar de quadro, ganhar muito dinheiro e ser feliz, custe o que custar. E a vítima deste sofisma se enrola em negócios, por muitas vezes ilícitos, e dívidas impagáveis. Argumenta: afinal “se o Brasil deve, porque eu não posso? Deus sabe que eu sou bom...”. Este acabou sofismando a si mesmo.
       Voltando ao meu caso. Mesmo o Senhor falando fortemente comigo, e trazendo a revelação da sua Palavra, e também usando alguns irmãos, a escuridão da incerteza se instalou. Quanto tempo mais eu teria de vida? E minha família, como ficaria? Medo, dúvida, incredulidade. Prato feito para os sofismas do inimigo entrarem em minha mente para me destruir. Passei dias lutando contra isso, alternando momentos de alegria e esperança e, de repente, do nada, murchava. Já estava ficando chato. Voltei três vezes ao hospital passando mal, e depois de serem feitos exames, foi constatado que não era nada. Sentia-me envergonhado e inútil. Um guerreiro de Jesus, que já havia enfrentado grandes batalhas, muitas vezes em socorro a outros,
caía na minha própria guerra pessoal. Mas uma coisa falou forte em minha mente e no meu coração: a guerra não iria parar por minha causa. Eu é que tinha que me recuperar e voltar a ela.
       Mas há também a escuridão da dúvida. Ela chega sorrateira, de mansinho, e se instala. Como anoitecer no deserto, onde uma vez anoitecido, fica escuro mesmo. Passamos em nossas vidas por alguns tipos de deserto: financeiro, de saúde, etc. O importante é que, seja qual for o motivo que nos levou a ele, o fim é sempre o mesmo: aperfeiçoamento. Alguém um dia disse que o deserto é a escola do Espírito Santo.                 Devemos entender que quando entramos em um deserto, devemos nos aquietar, e atravessá-lo. Sabendo que Deus estará conosco o tempo todo.
      Aquietar. Esta palavra é chave neste processo todo e a inspiração e motivação em Deus em escrever sobre este assunto. E é sobre isso e outros aprendizados do deserto que resolvi escrever.

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